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Cabo Polônio: Como chegar e o que fazer na vila roots do Uruguai

Cabo Polônio é um vilarejo do Uruguai somente acessível com veículos 4×4. Um lugar roots, sem luxo, mas de uma simplicidade que encanta quem visita. Por lá não tem eletricidade, com exceção do farol, tudo fica escuro quando anoitece, o que permite ver a imensidão do céu coberto de estrelas.

Quando estava montando o meu roteiro de 15 dias no Uruguai, esse foi um dos lugares que entrou de cara no meu itinerário. Queria uma oportunidade de poder me desconectar e visitar Cabo Polônio foi perfeito para isso.

Leia também: Mochilão no Uruguai (com valores).

Cabo Polônio

O que fazer em Cabo Polônio

Cabo Polônio não é um lugar de grandes atrações turísticas, e a melhor coisa para fazer por lá é relaxar mesmo. O clima local é muito bom e no verão muitos turistas visitam o povoado. Já no inverno tudo fica praticamente vazio, e certamente ficou nos meus planos voltar na baixa temporada.

Playa de la Calavera (Norte)

Cabo Polônio tem duas praias, a primeira delas é a Calavera ou Norte, é a que fica mais próxima do povoado, pelo menos das acomodações e onde se concentram a maioria dos turistas.

É também na praia norte que ficam alguns restaurantes e onde você vai avistar os barquinhos de pesca encalhados, que dão um charme a mais ao lugar.

Se você continuar caminhando em direção oposta ao povoado, chegara a região das dunas, por esse caminho é possível chegar a Barra de Valizas, mas para isso é necessário cruzar um rio. São 7 quilômetros de caminhada e apesar de não parecer muito, é uma trilha difícil, pois os pés afundam na areia.

Chegando próximo do Arroio de Valizas, da para passar a pé dependo a maré ou então pagar para um barqueiro local para cruzar de uma margem a outra. Se estiver com equipamento fotográfico ou algo que não possa molhar, indico pagar alguns pesos e não arriscar, alguns pontos do arroio podem conter buracos.

Playa Sur (Sul)

Essa é a praia que da para ver o pôr do sol, mas não é o melhor do Uruguai, então não visite o local por isso. A praia tem um bar e possui salva-vidas. O mar não é muito agitado e da para tomar banho, mas já aviso que a água é bem gelada, mesmo no verão.

Em alguns pontos da para praticar surf e como a faixa de areia é enorme, caminhadas são uma boa pedida. É por está praia que passam os caminhões 4×4, único modo de chegar a Cabo Polônio.

Reserva de lobos-marinhos

Entre as praias norte e sul fica a uma grande colônia de lobos-marinhos, elefantes e leões-marinhos. É possível avistar centenas deles das pedras, mas chegar perto é proibido, inclusive tem uma cerca delimitando o espaço.

Outra atração, mas que está presente somente entre outubro e dezembro, são as orcas e a baleia-franca-austral.

Farol de Cabo Polônio

Usado para orientar embarcações no passado, o Farol de Cabo Polônio é uma das atrações do povoado. É possível subir os seus 132 degraus e ter uma vista privilegiada da cidade e dos lobos-marinhos lá de cima. Ele abre todos os dias até o pôr do sol e a entrada custa 25 pesos uruguaios, somente podendo ser pago em dinheiro.

Como é vida em Cabo Polônio

Cabo Polônio é um lugar único e enquanto muitos escolhem apenas fazer um bate e volta de Barra de Valizas, La Paloma ou Punta del Este, a minha dica é ficar pelo menos duas noites por lá.

O povoado não tem nenhum luxo, mas as acomodações que encontrei sempre ofereciam o mínimo de conforto. A maioria dos locais tem geradores e painéis solares, sendo permitida a recarga de equipamentos (celular, câmera, baterias, etc.) durante o dia. Já a noite alguns lugares possuem wifi, mas não espere nada muito veloz. Contudo, eu escolhi o local justamente por isso, para ficar desconectado, então não fiz muito caso desses detalhes.

Os chuveiros são quentes, graças a sistemas de aquecimento. Então pode ficar tranquilo, que não precisa tomar banho frio não!

A água local é para ser potável, mas no hostel me informaram que durante a alta temporada é aconselhável comprar, pois muitos turistas visitam Cabo Polônio e não existe nenhum sistema de tratamento de esgoto por lá!

Existem duas mercearias ou mini-mercados. Para comprar algo é necessário pedir para o atendente, já que as coisas estão do outro lado do balcão. Me senti muito voltando ao passado. Da para encontrar basicamente de tudo por lá, incluindo verduras e frutas frescas. Mas claro, os preços são bem maiores do que em outras regiões do Uruguai.

Em relação a restaurantes, tem vários barzinhos e inclusive no hostel que eu fiquei eles preparavam café, almoço e jantar, ao preço de R$ 30 por refeição.

A noite é normal que as pessoas se reunam e façam fogueiras, enquanto alguns artistas se apresentam. Minha dica, compre um vinho e aproveite 😉.

Onde ficar em Cabo Polônio

Nenhuma das acomodações em Cabo Polônio tem muito luxo, portanto, se você não está acostumado(a) com a simplicidade, aconselho repensar a sua ida ao povoado, porque ele não é para todos.

Existem alguns hostels para se hospedar e algumas casas de temporada. Eu fiquei no Viejo Lobo Hostel, o lugar é bom e gerenciado por brasileiros. Além deste, outras opções de acomodação são:

  • Lobo Hostel Bar – Fica bem na frente da Praça Central de Cabo Polônio e aceita pagamento com cartão de crédito.
  • El jardin de Eli – Possui quartos privados e café continental incluído. Um ótimo lugar para se hospedar.
  • El Ajo Aloha – Uma pousada bem avaliado e com uma energia muito boa.
  • Narakan – De frente para o mar, este lugar é um dos melhores para se hospedar no povoado.
  • El fortín del Rubio – Perfeito para casais. Fica a apenas 200 metros da praia.

Como chegar em Cabo Polônio

Cabo Polônio é um parque nacional do Uruguai e só pode ser acessado por meio de veículos 4×4 do próprio local, ou seja, mesmo que você tenha o seu próprio carro, não poderá entrar no parque.

A entrada do Parque Nacional Cabo Polônio fica na estrada Ruta 10, cerca de 250 km de Montevideo e 53 km da fronteira do Brasil com o Uruguai. Chegando lá tem um terminal de ônibus, estacionamento para quem vem de carro, caixa eletrônico, café, serviço de atendimento ao turista e os guichês que vendem ingressos para os veículos 4×4 que acessam o parque.

Quem está viajando de ônibus, pode ir com a Cot ou Ruetas del Sol. As passagens podem ser compradas nos veículos e os serviços durante o verão são frequentes para diversas cidades do Uruguai, incluindo Punta del Este, La Paloma, Barra de Valizas, Punta del Diablo, Chuí e Montevideo.

Os veículos que levam ao povoado são caminhões adaptados, com assentos em cima descobertos e protegidos em baixo. Nenhum caminhão é igual ao outro e todos balançam muito. O trajeto leva em torno de 30 minutos para ser feito e os caminhões tem saídas variadas, a depender do número de turistas, geralmente durante o verão a cada meia hora.

Dicas para visitar Cabo Polônio

  • Saque dinheiro antes de chegar ao povoado, pois a maior parte dos lugares não aceita cartão de crédito. Tem um caixa eletrônico na entrada do parque.
  • Você não precisa ter passaporte para viajar a Cabo Polônio, apenas o RG com menos de 10 anos em boas condições.
  • Não é necessário nenhum tipo de visto.
  • Seguro de viagem não é obrigatório, mas você deveria ter um!
  • Nenhuma vacina é necessária.
  • Habilitação brasileira é válida, não precisa solicitar a PID.
  • Reais até podem ser aceitos no comércio, mas a cotação não vai ser boa. O dólar americano é bem aceito.
  • Pagamentos com cartão de crédito internacional tem desconto do IVA (imposto sobre produto).
  • Durante o verão o povoado é bem movimentado, contudo, as outras épocas do ano fica praticamente deserto.
  • 2 dias são suficientes para conhecer as principais atrações.
  • Se você tem problemas com a maconha e/ou preconceitos sociais, então Cabo Polônio não é um lugar para você!

Se ficou com alguma dúvida sobre Cabo Polônio basta deixar nos comentários abaixo.

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Anselmo

Engenheiro, professor & escritor | Nas horas vagas metido a chef e apaixonado por viagens, música eletrônica e café!

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