Logo que mudei para a Nova Zelândia passei vários perrengues, o primeiro deles foi o de encontrar um lugar para morar. Como cheguei na alta temporada em Queenstown, isso foi praticamente impossível, tudo estava lotado, o que me obrigou a mudar meus planos iniciais. Segui para Christchurch, onde peguei um voo rumo a Auckland, cidade onde iria conseguir um dos empregos mais aleatórios da minha vida: ser garçom em um evento do Masterchef.
Os primeiros dias em Auckland não foram fáceis, mandava currículos para todos os tipos de emprego, mas ninguém ligava, contudo, certo dia, recebi uma ligação de uma empresa de hospitalidade, que terceirizava pessoas para diversos eventos na cidade. Entre as opções, estava a de auxiliar de cozinha e garçom.
Optei pela vaga de garçom e assim que tivesse trabalho disponível a empresa me ligaria. Meu primeiro trabalho foi no Clube Irlandês de Auckland (Auckland Irish Club), servindo bebidas no bar do pub, durante a final do campeonato de rugby.
A saber: Rugby é o esporte mais popular da Nova Zelândia e a final do campeonato é tipo a final da Copa Libertadores por aqui.
Em teoria servir algumas cervejas e preparar umas bebidas seria fácil, afinal sou engenheiro, não vou saber fazer isso.
Resumindo: não consegui!
Somando o meu desconhecimento com nomes de bebida, a total falta de prática em preparar drinks e o sotaque de irlandeses em meio a partida de rugby que rolava na TV, errei todos os drinks possíveis, sorte a minha que eles estavam alcoolizados e na maioria das vezes não davam conta do que estavam tomando.
Passou-se duas semanas depois do freela no Clube Irlandês, e eu já contava que tinha sido removido da lista. Mas para a minha sorte, parece que a mão de obra na Nova Zelândia é meio escassa e me chamaram de novo.
O trabalho dessa vez seria recepcionar os melhores chefs de cozinha 👨🍳 👩🍳 da Nova Zelândia em um verdadeiro evento Masterchef.
Seriam dois dias de evento e agora eu poderia mostrar o quanto tinha aprendido. Nada daria errado, já conhecia tudo sobre “hospitality“, iria ser a minha volta por cima (mas não!).
O evento começaria às 18h, mas eu precisava iniciar às 12h para organizar tudo. Como precisa estar vestido com roupas sociais, lá fui eu comprar uma camisa social e gravata no Kmart (loja bemmm barata).
Meio-dia em ponto eu estava no local marcado, pronto para mostrar toda a minha capacidade. Primeira tarefa: Colocar os 7 talhares ao lado de cada prato (não fazia ideia qual começava ou terminava). Errei a ordem? Sim, mas sou brasileiro e não desisto nunca!
Meu trabalho a noite seria garçom, ou seja, as pessoas iriam pedir uma bebida, eu levava, simples. Não tinha como errar.
10 minutos antes de começar o evento, o chefe, um chinês de baixa estatura, passou os nomes das bebidas disponíveis. Éramos uma equipe de mais de 20 pessoas. Ele olhou para mim e pediu: Repete as principais bebidas que falei? 🙂
Só para constar, as cervejas mais populares da Nova Zelândia se chamam: Steinlager e Speight’s. Riu de mim né, pronuncia ai sabichão!
Enfim. Resumo, não consegui falar o nome daquelas bebidas que nunca tinha ouvido na vida, mas me deixaram ficar, porque né, falta mão de obra na Nova Zelândia.
A primeira tarefa era ficar na recepção, ao passo que chegavam os mais renomados chefs de cozinha da Nova Zelândia. Enquanto alguns serviam caviar e canapés, eu servia as bebidas.
Como o pessoal do bar não sabia das minhas habilidades, me passaram uma bandeja cheia de garrafas (champanhe, vinho, cervejas…).
Sabe quantas vezes já tinha carregado uma bandeja na vida? NENHUMA. Já imaginou qual foi o resultado né? Sim, muita bebida no chão e algumas garradas quebradas.
Mas o evento não pode parar. Peguei outra bandeja e vida que segue! Felizmente nenhum outro acontecimento até o final da recepção!
A parte do jantar se daria por ordem. Seria primeiro a entrada, depois primeiro prato, segundo prato, sobremesa e café. A tarefa era simples, eram 8 pessoas por mesa, nos pegávamos os pratos e entravamos no salão em fila e por ordem íamos servindo as mesas, eram cerca de 300 pessoas a espera do jantar.
Como algumas pessoas eram veganas, outras vegetarianas, e frescuras afins, tínhamos que seguir sempre a ordem correta. Terminada uma refeição, o trabalho se fazia de forma inversa, para retirar os pratos.
A equipe de chefs era completa, ou seja, tinha o Chef, o Sous Chef e o Chef de Partie, ao todo eram cerca de 15 profissionais trabalhando na montagem dos pratos que servíamos.
Eu estava indo bem e achei que não teríamos mais nenhum evento naquela noite, até que entre o primeiro e segundo pratos principais, um dos chefs do baixo clero esbarrou na estufa dos pratos e os mesmos começaram a cair em efeito cascata.
Enquanto o som dos pratos quebrando ecoava por toda a cozinha, nos olhávamos como se não conseguíssemos fazer nada, tudo travou naquele momento. Não tenho ideia do número de louças quebradas, mas foram centenas certamente.
Eu nunca vi uma pessoa ser tão xingada quanto naquele dia. As últimas palavras do chef foram: – De o fora daqui e nunca mais apareça!
Até hoje tenho curiosidade em saber o que aconteceu com a jovem chef de cozinha. Enfim, minha noite terminou sem mais desastres e o meu segundo dia foi mais tranquilo. Apesar disso, nunca mais recebi nenhuma oferta de emprego da empresa e hoje olhando meu cadastro no sistema, vi que o mesmo se encontra ativo, mas acho que a mão de obra na Nova Zelândia não era tão escassa quanto imaginava.
Essa foi a minha segunda história de viagem, na minha primeira contei sobre o dia em que me hospedei em um hospital mal assombrado, não deixe de conferir.
Se você também já passou por perrengues morando fora, compartilhe aqui em baixo nos comentários.
Nota: Sou vegetariano, isso não é frescura!
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