Durante o recesso de inverno da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal, onde estudava em 2014, viajei com alguns amigos em uma pequena trip por alguns países da Europa. O roteiro incluía Bélgica, Alemanha, Holanda e França, era uma viagem curta, pois diferente do Brasil, as universidades europeias apenas fazem uma pequena pausa, entre o natal e ano novo, retornando em seguida para as provas finais, ou seja, você passa natal e ano novo estudando (se for dedicado, claro!).
Saindo do Porto, o primeiro destino foi Bruxelas na Bélgica, um país que nunca sonhei em visitar, mas que acabou entrando no roteiro porque as passagens aéreas estavam mais baratas (sempre né!).
Do país das “As Aventuras de Tintim“, partimos para Colônia na Alemanha, onde somente passamos a noite e então seguimos rumo a Amsterdam (o que não se faz para economizar e viajar mais né!).
Amsterdam dispensa comentários, é uma cidade incrível. Era época de natal, então tudo estava decorado de acordo, apresentações musicais aconteciam pelas ruas, sempre lotadas de pessoas.
Foram ótimos dias em Amsterdam, quase fomos presos por beber vodka em um Coffee Shop, porque aparentemente não pode beber álcool, só fumar maconha mesmo. Vodka essa que acabamos esquecendo na geladeira do hostel, antes de partir para o próximo destino, que seria Paris, na França.
Parlez-vous français
A viagem de ônibus de Amsterdam para Paris levaria cerca de 10 horas. Embarcamos na noite do dia 23 de dezembro e chegamos na estação Gare de Lyon na manhã do dia 24.
O objetivo era chegar em Lyon até o final da tarde, onde iríamos passar o natal com o amigo do amigo meu. Okay, deixa eu explicar melhor:
Na Universidade do Porto fiz alguns poucos mas bons amigos, todo pessoal de Minas Gerais, e um destes tinha recebido dois franceses no Brasil, que depois de partirem, convidaram ele para ir passar o natal na França. E como dizia meu amigo mineiro “Quem tem amigo, tem tudo!”.
O detalhe é que não tínhamos planejado a sequência dessa viagem, e Lyon fica distante 460km de Paris.
Procuramos por passagens de trem, e os preços eram absurdos, mais de € 200 para uma viagem de duas horas. Olhamos ônibus, todos lotados. E agora, o que fazer? Iriamos passar o natal nas ruas frias de Paris?
Obrigado aplicativos de viagem!
Foi aí que encontramos um aplicativo, o tal do Blablacar, que hoje é bem conhecido, mas em 2014 não era. Encontramos uma carona compartilhada, marcamos e… cancelarem minutos depois!
Mas como somos brasileiros e não desistimos nunca, marcamos outra carona. O ponto era distante de onde estávamos, mas como não restava opção, saímos da estação de trem e pegamos o metrô, até as zonas mais distantes de Paris.
Pegamos um McDonald’s e fomos esperar a carona no tal ponto de encontro. Sem nenhuma certeza. Felizmente, depois de algum tempo, por volta do meio dia, um carro parou. Sim, iríamos conseguir chegar em Lyon.
A viagem de carro durou cerca de 5 horas e chegamos ao anoitecer em Lyon. O amigo do meu amigo veio nos buscar, pois o mesmo morava em uma pequena comunidade chamada Trept, que tem pouco mais de 2 mil habitantes, e ficava cerca de uma hora de viagem.
Por volta das oito da noite chegamos em sua casa, onde estava o restante da sua família.
Noite de Natal na França: 1ª parte
Fomos muito bem recebidos e depois de nos acomodarmos, o pai do amigo do meu amigo (eu vou repetir isso muito), se vestiu de papai noel e então entramos no carro e saímos para visitar algumas casas, distribuindo presentes para as crianças.
Voltando a casa, fomos para o local onde seria servida a janta. Nunca tinha participado de um natal francês, então tudo era novidade. Também não sei se o que vou contar aqui é tradição na França ou era algo local.
O jantar foi servido com vários pratos, começando pela entrada, depois prato principal um e dois, sobremesa e café. Pela primeira vez experimentei caviar e comi escargot (super chique né?!).
Noite de Natal na França: 2ª parte
Depois de um jantar incrível, mesmo não entendo nada do que falavam, pois além do amigo do meu amigo que falava um pouco de português, os outros membros da família somente falavam francês.
Se terminasse ali a noite de natal, já teria sido incrível, mas foi além. Terminada a janta, fomos para outra sala, onde tinham vários pacotes e sem esperar EU ganhei presentes, assim como os meus amigos.
Resumindo, depois de muitos perrengues, tive um natal incrível e até hoje o melhor natal longe de casa da minha vida! Ainda guardo os presentes que ganhei e as boas lembranças daquela noite.
No outro dia, 25 de dezembro, fomos esquiar. Mas essa história fica para a próxima.
Obs.: Valeu Gustavo pela amizade e parceria nessa e em muitas outras trips pela Europa.
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